2. Contextualização breve e útil
Esta receita descreve a preparação de um vinho medicinal, uma
forma tradicional de extrair e conservar os princípios ativos de plantas
utilizando vinho como solvente. É comumente utilizada como tônico digestivo e
imunológico em casos de convalescença, fraqueza e falta de apetite. É crucial
ressaltar que se trata de uma preparação alcoólica, portanto, seu uso deve ser
moderado e consciente. Não substitui diagnóstico ou tratamento médico para
condições específicas listadas na receita original, como mioma ou alergias.
3. Ingredientes
1 litro de vinho tinto seco (de boa qualidade,
preferencialmente orgânico e sem aditivos)
20 g de folhas frescas, limpas e secas, de uma erva de sua escolha (exemplo: Hortelã-pimenta Mentha x piperita para digestão, ou Gengibre Zingiber officinale fresco ralado para imunidade)
4. Modo de Preparo
Prepare a Erva: Lave bem as folhas frescas escolhidas e
seque-as delicadamente com um pano limpo ou papel toalha. Se usar gengibre,
rale-o grosso.
Prepare o Xarope: Em uma panela de fundo grosso (esmaltada, inox ou vidro), adicione o vinho tinto e o açúcar mascavo. Leve ao fogo médio, mexendo suavemente apenas até dissolver completamente o açúcar. Não deixe ferver. Assim que começar a formar pequenas bolhas na borda (próximo do ponto de fervura), desligue o fogo imediatamente. O objetivo é aquecer, não cozinhar o álcool.
Infusão: Com o líquido ainda quente, adicione as folhas ou o
gengibre ralado. Tampe a panela imediatamente para evitar a evaporação dos
compostos voláteis.
Repouso e Filtragem: Deixe a mistura repousar, tampada, até
atingir a temperatura ambiente (cerca de 2 a 3 horas). Em seguida, coe
utilizando um pano de algodão limpo ou um coador de voal, espremendo bem o
material vegetal para extrair todo o líquido.
Armazenamento: Transfira o vinho medicinal para uma garrafa
de vidro âmbar ou azul (que protege da luz), esterilizada e bem seca. Feche
hermeticamente.
5. Modo de Uso / Como Consumir
Posologia: 1 cálice de licor (30 ml), 1 a 2 vezes ao dia,
preferencialmente após as refeições principais.
Duração: Não recomendado para uso contínuo prolongado.
Utilize por períodos de até 15 dias e faça uma pausa.
Armazenamento e Validade: Conservar em local fresco, escuro ou na geladeira. Consumir preferencialmente em até 1 mês. A validade de 3 meses, como citado originalmente, só é segura com armazenamento refrigerado impecável e alta concentração alcoólica/doçura.
Contraindicações e Cuidados Cruciais:
Contraindicado para crianças, adolescentes, gestantes,
lactantes, pessoas com histórico de alcoolismo, hepatopatias, gastrite ou
úlceras ativas.
Uso sob orientação profissional para diabéticos (devido ao
açúcar), hipertensos e pessoas sob uso contínuo de medicamentos (risco de
interação).
Nunca exceda a dose recomendada. O álcool, mesmo em
preparações medicinais, traz riscos à saúde se consumido em excesso.
Atenção à Planta: As propriedades e segurança dependem totalmente
da planta utilizada. Nunca use plantas desconhecidas ou de origem duvidosa.
6. Dicas e Variações
Para um preparado menos doce: Reduza o açúcar pela metade
(para 100g). O açúcar atua como conservante e adoçante, mas pode ser ajustado.
Ervas Alternativas Seguras: Para um tônico amargo-digestivo,
use Absinto Artemisia absinthium (com extrema moderação). Para um tônico
imunoestimulante suave, use Alecrim Rosmarinus officinalis.
Filtragem: Para um líquido mais límpido, após a primeira
filtração, pode-se passar o vinho por um filtro de papel para café.
Rotulagem: Cole uma etiqueta na garrafa com o nome da planta,
a data de preparo e a data de validade.
Você já experimentou fazer um vinho medicinal? Conte nos
comentários qual erva você escolheria e para qual objetivo! Compartilhe esta
receita responsável com quem se interessa por fitoterapia tradicional.

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